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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cirurgia Oncoplástica da Mama



A história moderna do tratamento do câncer de mama se iniciou no final do século 19, quando o cirurgião americano William Halsted introduziu o conceito da mastectomia radical para a retirada cirúrgica da mama com o tumor. Nesta operação também se retiravam todos os gânglios da região da axila, o que, com muita freqüência, ocasionava grandes e intratáveis inchaços no braço do lado operado.

Adentrando o século 20, muitas novas descobertas foram aprimorando o tratamento do câncer de mama. Retiradas mais econômicas da glândula mamária passaram a ser realizadas, como as mastectomias modificadas e as ‘quadrantectomias’ ( retirada de ¼ da mama). Esses procedimentos tornaram-se possíveis devido à introdução da quimioterapia e da radioterapia no tratamento do câncer.

Mesmo assim as deformidades causadas ainda eram importantes. Com os avanços dos métodos diagnósticos, assim como da radio e da quimioterapia, além da disseminação da importância do diagnóstico precoce da doença através das campanhas nas mídias, cada vez mais os tumores tem sido descobertos em estágios iniciais e as retiradas de glândula mamária menores.

Com isso tudo, de alguns anos para cá surgiu o conceito da cirurgia oncoplástica da mama, que vem a ser a retirada cirúrgica apenas do tumor com margens de tecido normal junto a ele para garantir que nada do tumor tenha ficado na região. Acoplado a isso, o cirurgião plástico estará participando junto com o mastologista para que os reparos sejam realizados prontamente às retiradas de parte da mama. Cirurgias plásticas menores e mais precisas usando tecidos da própria mama podem ser realizadas para se corrigir estas deformidades menores.

Mesmo assim, é importante que se diga que nem sempre é possível retirar-se apenas uma pequena porção da glândula. Às vezes, infelizmente, toda ela ainda tem que ser extraída. Isso irá depender do tamanho e do tipo do tumor. Portanto, o mais importante continua sendo o diagnóstico precoce para que a doença não cause grandes seqüelas anatômicas e nem psicológicas.



Dr Edmilson Micali



Alterações Mamárias Congênitas e do Desenvolvimento 2 - Síndrome de Poland

Hoje irei falar um pouco a respeito de uma situação rara dentro das alterações congênitas e do desenvolvimento da mama denominada Síndrome de Poland.


Nessa doença ocorre uma deformidade que afeta o tórax e os membros superiores. Os pacientes com estas deformidades apresentam atrofia ou ausência tanto do músculo peitoral de um dos lados do tórax como também da glândula mamária do mesmo lado. Muitos pacientes que tem esta anomalia também apresentam alterações no membro superior do mesmo lado.

No membro superior pode ocorrer desde a Sindactilia (dedos grudados) até outras múltiplas alterações mais severas como encurtamento do membro, alterações ósseas e articulares, etc. As alterações surgem com mais frequência no lado direito do corpo e tem maior incidência em pacientes do sexo masculino.

A doença foi descrita pela primeira vez em 1841 pelo cirurgião britânico Alfred Poland que identificou a associação de defeitos da parede torácica a defeitos na mão.

Segundo o National Human Genome Research Institute, a síndrome de Poland afeta três vezes mais indivíduos do sexo masculino e é identificada duas vezes mais no lado direito do corpo. A incidência é estimada entre um em 7.000 para um em 100.000 recém-nascidos.

A causa da síndrome de Poland é desconhecida..

O tratamento da sindactilia (dedos grudados) procura a melhoria estética e funcional da mão. Por sua vez, a reconstrução da parede torácica e da mama envolve o uso de próteses de silicone e expansores de pele e, em muitos casos, o uso de pele e músculo das costas (retalho de músculo grande dorsal). Podemos iniciar a reconstrução da mama pelos 15 – 16 anos de idade que é quando a outra mama já está numa fase de crescimento significativa.

Por hoje é isso!



Dr Edmilson Micali